
Imagem Ilustrativa
Uma mulher de 66 anos foi resgatada na ultima sexta-feira (6) após viver por quatro décadas em condições análogas à escravidão, exercendo trabalho doméstico em uma residência localizada na capital sergipana. A vítima não recebia salário, não tinha direito a férias nem descanso semanal.
A ação foi conduzida pela Polícia Federal, com apoio de outros órgãos de fiscalização, após uma denúncia anônima revelar indícios de violações graves de direitos humanos. No local, os agentes confirmaram a situação de exploração prolongada e restrição de liberdade da trabalhadora.
Segundo a Polícia Federal, este é o primeiro caso de resgate por trabalho escravo doméstico registrado no estado de Sergipe. As autoridades consideram o caso emblemático por escancarar a permanência de práticas anacrônicas e ilegais dentro de lares brasileiros, muitas vezes ocultas pela aparência de relações familiares ou informais.
A vítima foi encaminhada para acolhimento em um local seguro e receberá apoio psicossocial, além de acompanhamento jurídico para garantir seus direitos trabalhistas e indenizações previstas em lei. A pessoa ou as pessoas responsáveis pela exploração podem responder por crimes como redução à condição análoga à de escravo (art. 149 do Código Penal), entre outras infrações.
O caso levanta novamente o alerta sobre a persistência do trabalho escravo contemporâneo no Brasil, especialmente no serviço doméstico, setor historicamente marcado por relações de poder desiguais e, muitas vezes, pela informalidade e ausência de fiscalização adequada.
A Polícia Federal reforça que denúncias anônimas podem ser feitas por meio do telefone 100 (Disque Direitos Humanos) ou diretamente junto ao Ministério do Trabalho e Emprego. BATANEWS/REDAçãO